sabato 23 novembre 2024
PASTORAL FAMILIAR - SÁBADO 23 NOVEMBEO 2024 - ASSEMBLEIA DE PLANEJAMENTO
giovedì 24 ottobre 2024
PASTORAL FAMILIAR - SÁBADO 26 OUTUBRO 2024
PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO
Canto inicial
Saudação e motivação do padre
Primeira leitura: 1 Coríntios 13,4-8
Irmãos, o amor é sofredor, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.
Salmo 127
Canto: Alleluja
Evangelho: João 13,34-35
Naquele tempo Jesus disse aos seus discípulos: Dou-vos
um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim
também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
Papa Francisco: Ele nos ama. Sobre o amor humano e divino do
coração de Jesus Cristo
O coração
torna possível qualquer vínculo autêntico, porque uma relação que não se
constrói com o coração é incapaz de superar a fragmentação do individualismo.
Apenas duas mônadas que se unem, mas não se conectam realmente, permaneceriam
de pé. Anti-coração é uma sociedade cada vez mais dominada pelo narcisismo e
pela autorreferência. Finalmente chegamos à “perda do desejo”, porque o outro
desaparece do horizonte e ficamos fechados em nós mesmos, sem capacidade de
relacionamentos saudáveis.14 Consequentemente, tornamo-nos incapazes de acolher
Deus. Como diria Heidegger, para receber o divino é preciso construir uma “casa
de hóspedes”.
Vemos assim
como esta ligação paradoxal entre a valorização do próprio ser e a abertura aos
outros, entre o encontro muito pessoal consigo mesmo e a doação de si aos
outros, ocorre no coração de cada pessoa. Só se torna você mesmo quando adquire
a capacidade de reconhecer o outro e encontra o outro que pode reconhecer e
aceitar a própria identidade.
O coração
também é capaz de unificar e harmonizar a sua história pessoal, que parece
fragmentada em mil pedaços, mas onde tudo pode ter um sentido. Isto é o que o
Evangelho expressa no olhar de Maria, que olhou com o coração. Ela soube
dialogar com experiências preciosas, ponderando-as no coração, dando-lhes
tempo: simbolizando[1]as
e guardando-as para recordar. No Evangelho, a melhor expressão do que pensa um
coração são as duas passagens de São Lucas que nos contam que Maria “estimava
(syneterei) todas estas coisas, pesando-as (symballousa) no seu coração” (cf.
Lucas). O verbo symballein (de onde vem “símbolo”) significa ponderar, reunir
duas coisas na mente e examiná[1]las
consigo mesmo, refletindo, dialogando internamente. Em Lucas 2:51 dieterei é
“ela guardou com cuidado”, e o que ela guardou não foi só “a cena” que ela viu,
mas também o que ela ainda não entendia e mesmo assim permaneceu presente e
vivo esperando para unir tudo em seu coração .
Na época da
inteligência artificial não podemos esquecer que a poesia e o amor são
necessários para salvar a humanidade. O que nenhum algoritmo conseguirá
acomodar será, por exemplo, aquele momento da infância que é lembrado com
carinho e que, mesmo que os anos passem, continua ocorrendo em todos os cantos
do planeta. Penso em usar o garfo para selar as pontas daqueles bolinhos
caseiros que fazemos com nossas mães ou avós. É aquele momento de aprendiz de
chef, a meio caminho entre a brincadeira e a vida adulta, onde se assume a
responsabilidade do trabalho para ajudar os outros. Assim como o garfo poderia
nomear milhares de pequenos detalhes que sustentam a biografia de cada um:
fazer sorrisos com uma piada, traçar um desenho contra a luz de uma janela, jogar
a primeira partida de futebol com uma bola de trapo, cuidar de minhocas em uma
caixa de sapato, secar uma flor entre as páginas de um livro, cuidar de um
passarinho que caiu do ninho, fazer um pedido ao colher uma margarida. Todos
esses pequenos detalhes, o ordinário-extraordinário, nunca poderão estar entre
os algoritmos. Porque o garfo, as piadas, a janela, a bola, a caixa de sapato,
o livro, o pássaro, a flor... são sustentados pela ternura que fica guardada
nas lembranças do coração.
Esse núcleo
de cada ser humano, seu centro mais íntimo, não é o núcleo da alma, mas da
pessoa inteira em sua identidade única que é comovente. e corpóreo. Tudo está
unificado no coração, que pode ser a sede do amor com todos os seus componentes
espirituais, emocionais e também físicos. Em suma, se ali reina o amor, a
pessoa alcança a sua identidade de forma plena e luminosa, porque cada ser humano
foi criado sobretudo para o amor, é feito nas suas fibras mais íntimas para
amar e ser amado.
Quando cada
um reflete, busca, medita sobre o seu próprio ser e identidade, ou analisa as
questões mais elevadas; quando você pensa sobre o sentido de sua vida e mesmo
que ele busque Deus, mesmo quando experimenta o prazer de ter vislumbrado algo
da verdade, esta precisa encontrar o seu ápice no amor. Ao amar, a pessoa sente
que sabe por que e para que vive. Assim, tudo se junta num estado de conexão e
harmonia. Portanto, diante do próprio mistério pessoal, talvez a pergunta mais
decisiva que cada um possa fazer é: tenho coração?
Momento de silencio
Canto de meditação
Breve cochicho em grupinhos
Partilha
Canto
Apresentação do próximo ECC na nossa paróquia
Avisos
Pai nosso
Benção final
Canto final
domenica 18 agosto 2024
PASTORAL FAMILIAR SÁBADO 24 AGOSTO 2024
Tema: O desafio das crises
Canto inicial
Saudação e motivação do padre
Leituras bíblicas: 2 Cor 11, 21-29; Salmo 21 Lc 22,39-46
Papa Francisco, Amoris Laetitia 232-238:
A história duma
família está marcada por crises de todo o género, que são parte também da sua
dramática beleza. É preciso ajudar a descobrir que uma crise superada não leva
a uma relação menos intensa, mas a melhorar, sedimentar e maturar o vinho da
união. Não se vive juntos para ser cada vez menos feliz, mas para aprender a
ser feliz de maneira nova, a partir das possibilidades que abre uma nova etapa.
Cada crise implica uma aprendizagem, que permite incrementar a intensidade da
vida comum ou, pelo menos, encontrar um novo sentido para a experiência
matrimonial. É preciso não se resignar de modo algum a uma curva descendente, a
uma inevitável deterioração, a uma mediocridade que se tem de suportar. Pelo
contrário, quando se assume o matrimónio como uma tarefa que implica também
superar obstáculos, cada crise é sentida como uma ocasião para chegar a beber,
juntos, o vinho melhor. É bom acompanhar os cônjuges, para que sejam capazes de
aceitar as crises que lhes sobrevêm, aceitar o desafio e atribuir-lhes um lugar
na vida familiar. Os casais experientes e formados devem estar dispostos a
acompanhar outros nesta descoberta, para que as crises não os assustem nem os
levem a tomar decisões precipitadas. Cada crise esconde uma boa notícia, que é
preciso saber escutar, afinando os ouvidos do coração. Perante o desafio duma
crise, a reacção imediata é resistir, pôr-se à defesa por sentir que escapa ao
próprio controle, por mostrar a insuficiência da própria maneira de viver, e
isto incomoda. Então usa-se o método de negar os problemas, escondê-los, relativizar
a sua importância, apostar apenas em que o tempo passe. Mas isto adia a solução
e leva a gastar muitas energias num ocultamento inútil que complicará ainda
mais as coisas. Os vínculos vão-se deteriorando e consolida-se um isolamento
que danifica a intimidade. Numa crise não assumida, o que mais se prejudica é a
comunicação. Assim, pouco a pouco, aquela que era «a pessoa que amo» passa a
ser «quem me acompanha sempre na vida», a seguir apenas «o pai ou a mãe dos
meus filhos», e por fim um estranho. Para se enfrentar uma crise, é necessário
estar presente. É difícil, porque às vezes as pessoas isolam-se para não
mostrar o que sentem, trancam-se num silêncio mesquinho e enganador. Nestes
momentos, é necessário criar espaços para comunicar de coração a coração. O
problema é que se torna ainda mais difícil comunicar num momento de crise, se
nunca se aprendeu a fazê-lo. É uma verdadeira arte que se aprende em tempos
calmos, para se pôr em prática nos tempos borrascosos. É preciso ajudar a
descobrir as causas mais recônditas nos corações dos esposos e enfrentá-las
como um parto que passará e deixará um novo tesouro. Mas, nas respostas às
consultações realizadas, assinalava-se que, em situações difíceis ou críticas,
a maioria não recorre ao acompanhamento pastoral, porque não o sente
compreensivo, próximo, realista, encarnado. Por isso, procuremos agora
debruçar-nos sobre as crises conjugais com um olhar que não ignore a sua carga
de sofrimento e angústia. Há crises
comuns que costumam verificar-se em todos os matrimónios, como a crise ao
início quando é preciso aprender a conciliar as diferenças e a desligar-se dos
pais; ou a crise da chegada do filho, com os seus novos desafios emotivos; a
crise de educar uma criança, que altera os hábitos do casal; a crise da
adolescência do filho, que exige muitas energias, desestabiliza os pais e às
vezes contrapõem-nos entre si; a crise do «ninho vazio», que obriga o casal a
fixar de novo o olhar um no outro; a crise causada pela velhice dos pais dos
cônjuges, que requer mais presença, solicitude e decisões difíceis. São
situações exigentes, que provocam temores, sentimentos de culpa, depressões ou
cansaços que podem afectar gravemente a união. A estas crises, vêm juntar-se as
crises pessoais com incidência no casal, relacionadas com dificuldades
económicas, laborais, afectivas, sociais, espirituais. E acrescentam-se
circunstâncias inesperadas, que podem alterar a vida familiar e exigir um caminho
de perdão e reconciliação. No próprio momento em que procura dar o passo do
perdão, cada um deve questionar-se, com serena humildade, se não criou as
condições para expor o outro a cometer certos erros. Algumas famílias sucumbem,
quando os cônjuges se culpam mutuamente, mas «a experiência mostra que, com uma
ajuda adequada e com a acção de reconciliação da graça, uma grande percentagem
de crises matrimoniais é superada de forma satisfatória. Saber perdoar e
sentir-se perdoado é uma experiência fundamental na vida familiar». «A
fadigosa arte da reconciliação, que requer o apoio da graça, precisa da
generosa colaboração de parentes e amigos, e, eventualmente, até duma ajuda
externa e profissional». Tornou-se frequente que, quando um cônjuge sente que
não recebe o que deseja, ou não se realiza o que sonhava, isso lhe pareça ser
suficiente para pôr termo ao matrimónio. Mas, assim, não haverá matrimónio que
dure. Às vezes, para decidir que tudo acabou, basta uma desilusão, a ausência
num momento em que se precisava do outro, um orgulho ferido ou um temor
indefinido. Há situações próprias da inevitável fragilidade humana, a que se
atribui um peso emotivo demasiado grande. Por exemplo, a sensação de não ser
completamente correspondido, os ciúmes, as diferenças que podem surgir entre os
dois, a atracção suscitada por outras pessoas, os novos interesses que tendem a
apoderar-se do coração, as mudanças físicas do cônjuge e tantas outras coisas
que, mais do que atentados contra o amor, são oportunidades que convidam a
recriá-lo uma vez mais. Nestas
circunstâncias, alguns têm a maturidade necessária para voltar a escolher o
outro como companheiro de estrada, para além dos limites da relação, e aceitam
com realismo que não se possam satisfazer todos os sonhos acalentados. Evitam
considerar-se os únicos mártires, apreciam as pequenas ou limitadas
possibilidades que lhes oferece a vida em família e apostam em fortalecer o
vínculo numa construção que exigirá tempo e esforço. No fundo, reconhecem que
cada crise é como um novo «sim» que torna possível o amor renascer reforçado,
transfigurado, amadurecido, iluminado. A partir duma crise, tem-se a coragem de
buscar as raízes profundas do que está a suceder, de voltar a negociar os
acordos fundamentais, de encontrar um novo equilíbrio e de percorrer juntos uma
nova etapa. Com esta atitude de constante abertura, podem-se enfrentar muitas
situações difíceis. Em todo o caso, reconhecendo que a reconciliação é
possível, hoje descobrimos que «se revela particularmente urgente um ministério
dedicado àqueles cuja relação matrimonial se rompeu».
Momento de silencio
Canto de meditação
Breve cochicho em grupinhos: como nós enfrentamos as crises?
Partilha
Canto
Avisos
Pai nosso
Benção final
Canto finale
sabato 27 luglio 2024
QUARTO ENCONTRO DA PASTORAL FAMILIAR - 27 JULHO 2024
PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO
Canto inicial
Saudação e motivação do padre
Primeira leitura: Rom 12, 9-16
Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o
mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os
outros, rivalizando na mútua estima. Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos;
sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. Sejam alegres na
esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Sejam
solidários com os cristãos em suas necessidades e se aperfeiçoem na prática da
hospitalidade. Abençoem os que perseguem vocês; abençoem e não amaldiçoem. Alegrem-se
com os que se alegram, e chorem com os que choram. Vivam em harmonia uns
com os outros.
Salmo 116
Ref. :Amo ao
Senhor, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica.
1.
Ele
inclinou a mim os seus ouvidos; portanto, o invocarei enquanto viver. Os
cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim;
encontrei aperto e tristeza.
2.
Então
invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, livra a minha alma. Piedoso é o
Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia.
3.
O
Senhor guarda aos símplices; fui abatido, mas ele me livrou. Volta, minha alma,
para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
4.
Porque
tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da
queda. Andarei perante a face do Senhor na terra dos viventes.
Canto: Alleluja
Evangelho: Jo 13,34-35
Naquele tempo Jesus disse aos discípulos: Um novo
mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros.
Papa Francisco, Amoris Laetitia 99-100
Amabilidade
99. Amar é também tornar-se amável, e nisto está o
sentido do termo asjemonéi. Significa que o amor não age rudemente, não
actua de forma inconveniente, não se mostra duro no trato. Os seus modos, as suas
palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos, nem rígidos. Detesta
fazer sofrer os outros. A cortesia «é uma escola de sensibilidade e altruísmo»,
que exige que a pessoa «cultive a sua mente e os seus sentidos, aprenda a
ouvir, a falar e, em certos momentos, a calar». Ser amável não é um estilo
que o cristão possa escolher ou rejeitar: faz parte das exigências
irrenunciáveis do amor, por isso «todo o ser humano está obrigado a ser afável
com aqueles que o rodeiam». Diariamente «entrar na vida do outro, mesmo
quando faz parte da nossa existência, exige a delicadeza duma atitude não
invasiva, que renova a confiança e o respeito. (...) E quanto mais íntimo e
profundo for o amor, tanto mais exigirá o respeito pela liberdade e a
capacidade de esperar que o outro abra a porta do seu coração».
100. A fim de se predispor para um verdadeiro encontro
com o outro, requer-se um olhar amável pousado nele. Isto não é possível quando
reina um pessimismo que põe em evidência os defeitos e erros alheios, talvez
para compensar os próprios complexos. Um olhar amável faz com que nos
detenhamos menos nos limites do outro, podendo assim tolerá-lo e unirmo-nos num
projecto comum, apesar de sermos diferentes. O amor amável gera vínculos,
cultiva laços, cria novas redes de integração, constrói um tecido social firme.
Deste modo, uma pessoa protege-se a si mesma, pois, sem sentido de pertença,
não se pode sustentar uma entrega aos outros, acabando cada um por buscar
apenas as próprias conveniências, e a convivência torna-se impossível. Uma
pessoa anti-social julga que os outros existem para satisfazer as suas
necessidades e, quando o fazem, cumprem apenas o seu dever. Neste caso, não
haveria espaço para a amabilidade do amor e a sua linguagem. A pessoa que ama é
capaz de dizer palavras de incentivo, que reconfortam, fortalecem, consolam,
estimulam. Vejamos, por exemplo, algumas palavras que Jesus dizia às pessoas:
«Filho, tem confiança!» (Mt 9, 2). «Grande é a tua fé!» (Mt 15, 28).
«Levanta-te!» (Mc 5, 41). «Vai em paz» (Lc 7, 50). «Não temais!» (Mt 14,
27). Não são palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam. Na família,
é preciso aprender esta linguagem amável de Jesus.
Momento de silencio
Canto de meditação
Breve cochicho em grupinhos
Partilha
Canto
Apresentação do próximo ECC na nossa paróquia
Avisos
Pai nosso
Benção final
Canto finale
sabato 27 aprile 2024
PRIMEIRO ENCONTRO DA PASTORAL FAMILIAR-TEXTO DE REFLEXÃO
A
REALIDADE E OS DESAFIOS DAS FAMÍLIAS
PAPA
FRANCISCO
O bem da família é decisivo para o futuro do
mundo e da Igreja. Inúmeras são as análises feitas sobre o matrimónio e a
família, sobre as suas dificuldades e desafios atuais. É salutar prestar
atenção à realidade concreta, porque «os pedidos e os apelos do Espírito
ressoam também nos acontecimentos da história» através dos quais «a Igreja pode
ser guiada para uma compreensão mais profunda do inexaurível mistério do
matrimónio e da família».
Como cristãos, não podemos
renunciar a propor o matrimónio, para não contradizer a sensibilidade atual,
para estar na moda, ou por sentimentos de inferioridade face ao descalabro
moral e humano; estaríamos a privar o mundo dos valores que podemos e devemos
oferecer. É verdade que não tem sentido limitar-nos a uma denúncia retórica dos
males atuais, como se isso pudesse mudar qualquer coisa. De nada serve também
querer impor normas pela força da autoridade. É-nos pedido um esforço mais
responsável e generoso, que consiste em apresentar as razões e os motivos para
se optar pelo matrimónio e a família, de modo que as pessoas estejam melhor
preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece.
«Correndo o risco de
simplificar, poderemos dizer que vivemos numa cultura que impele os jovens a
não formarem uma família, porque privam-nos de possibilidades para o futuro.
Mas esta mesma cultura apresenta a outros tantas opções que também eles são dissuadidos
de formar uma família». Nalguns países, muitos jovens «são frequentemente
levados a adiar o matrimónio por problemas de tipo económico, laboral ou de
estudo. Às vezes também por outros
motivos, tais como a influência das ideologias que desvalorizam o
matrimónio e a família, a experiência do fracasso de outros casais a que eles
não se querem expor, o medo de algo que consideram demasiado grande e sagrado,
as oportunidades sociais e os benefícios económicos derivados da convivência,
uma concepção puramente emotiva e romântica do amor, o medo de perder a
liberdade e a autonomia, a rejeição de tudo o que possa ser concebido como
institucional e burocrático».
Precisamos de encontrar as palavras, as
motivações e os testemunhos que nos ajudem a tocar as cordas mais íntimas dos
jovens, onde são mais capazes de generosidade, de compromisso, de amor e até
mesmo de heroísmo, para convidá-los a aceitar, com entusiasmo e coragem, o
desafio de matrimónio.