A
REALIDADE E OS DESAFIOS DAS FAMÍLIAS
PAPA
FRANCISCO
O bem da família é decisivo para o futuro do
mundo e da Igreja. Inúmeras são as análises feitas sobre o matrimónio e a
família, sobre as suas dificuldades e desafios atuais. É salutar prestar
atenção à realidade concreta, porque «os pedidos e os apelos do Espírito
ressoam também nos acontecimentos da história» através dos quais «a Igreja pode
ser guiada para uma compreensão mais profunda do inexaurível mistério do
matrimónio e da família».
Como cristãos, não podemos
renunciar a propor o matrimónio, para não contradizer a sensibilidade atual,
para estar na moda, ou por sentimentos de inferioridade face ao descalabro
moral e humano; estaríamos a privar o mundo dos valores que podemos e devemos
oferecer. É verdade que não tem sentido limitar-nos a uma denúncia retórica dos
males atuais, como se isso pudesse mudar qualquer coisa. De nada serve também
querer impor normas pela força da autoridade. É-nos pedido um esforço mais
responsável e generoso, que consiste em apresentar as razões e os motivos para
se optar pelo matrimónio e a família, de modo que as pessoas estejam melhor
preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece.
«Correndo o risco de
simplificar, poderemos dizer que vivemos numa cultura que impele os jovens a
não formarem uma família, porque privam-nos de possibilidades para o futuro.
Mas esta mesma cultura apresenta a outros tantas opções que também eles são dissuadidos
de formar uma família». Nalguns países, muitos jovens «são frequentemente
levados a adiar o matrimónio por problemas de tipo económico, laboral ou de
estudo. Às vezes também por outros
motivos, tais como a influência das ideologias que desvalorizam o
matrimónio e a família, a experiência do fracasso de outros casais a que eles
não se querem expor, o medo de algo que consideram demasiado grande e sagrado,
as oportunidades sociais e os benefícios económicos derivados da convivência,
uma concepção puramente emotiva e romântica do amor, o medo de perder a
liberdade e a autonomia, a rejeição de tudo o que possa ser concebido como
institucional e burocrático».
Precisamos de encontrar as palavras, as
motivações e os testemunhos que nos ajudem a tocar as cordas mais íntimas dos
jovens, onde são mais capazes de generosidade, de compromisso, de amor e até
mesmo de heroísmo, para convidá-los a aceitar, com entusiasmo e coragem, o
desafio de matrimónio.
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