PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO
Canto inicial
Saudação e motivação do padre
Primeira leitura: 1 Coríntios 13,4-8
Irmãos, o amor é sofredor, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.
Salmo 127
Canto: Alleluja
Evangelho: João 13,34-35
Naquele tempo Jesus disse aos seus discípulos: Dou-vos
um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim
também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisso todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
Papa Francisco: Ele nos ama. Sobre o amor humano e divino do
coração de Jesus Cristo
O coração
torna possível qualquer vínculo autêntico, porque uma relação que não se
constrói com o coração é incapaz de superar a fragmentação do individualismo.
Apenas duas mônadas que se unem, mas não se conectam realmente, permaneceriam
de pé. Anti-coração é uma sociedade cada vez mais dominada pelo narcisismo e
pela autorreferência. Finalmente chegamos à “perda do desejo”, porque o outro
desaparece do horizonte e ficamos fechados em nós mesmos, sem capacidade de
relacionamentos saudáveis.14 Consequentemente, tornamo-nos incapazes de acolher
Deus. Como diria Heidegger, para receber o divino é preciso construir uma “casa
de hóspedes”.
Vemos assim
como esta ligação paradoxal entre a valorização do próprio ser e a abertura aos
outros, entre o encontro muito pessoal consigo mesmo e a doação de si aos
outros, ocorre no coração de cada pessoa. Só se torna você mesmo quando adquire
a capacidade de reconhecer o outro e encontra o outro que pode reconhecer e
aceitar a própria identidade.
O coração
também é capaz de unificar e harmonizar a sua história pessoal, que parece
fragmentada em mil pedaços, mas onde tudo pode ter um sentido. Isto é o que o
Evangelho expressa no olhar de Maria, que olhou com o coração. Ela soube
dialogar com experiências preciosas, ponderando-as no coração, dando-lhes
tempo: simbolizando[1]as
e guardando-as para recordar. No Evangelho, a melhor expressão do que pensa um
coração são as duas passagens de São Lucas que nos contam que Maria “estimava
(syneterei) todas estas coisas, pesando-as (symballousa) no seu coração” (cf.
Lucas). O verbo symballein (de onde vem “símbolo”) significa ponderar, reunir
duas coisas na mente e examiná[1]las
consigo mesmo, refletindo, dialogando internamente. Em Lucas 2:51 dieterei é
“ela guardou com cuidado”, e o que ela guardou não foi só “a cena” que ela viu,
mas também o que ela ainda não entendia e mesmo assim permaneceu presente e
vivo esperando para unir tudo em seu coração .
Na época da
inteligência artificial não podemos esquecer que a poesia e o amor são
necessários para salvar a humanidade. O que nenhum algoritmo conseguirá
acomodar será, por exemplo, aquele momento da infância que é lembrado com
carinho e que, mesmo que os anos passem, continua ocorrendo em todos os cantos
do planeta. Penso em usar o garfo para selar as pontas daqueles bolinhos
caseiros que fazemos com nossas mães ou avós. É aquele momento de aprendiz de
chef, a meio caminho entre a brincadeira e a vida adulta, onde se assume a
responsabilidade do trabalho para ajudar os outros. Assim como o garfo poderia
nomear milhares de pequenos detalhes que sustentam a biografia de cada um:
fazer sorrisos com uma piada, traçar um desenho contra a luz de uma janela, jogar
a primeira partida de futebol com uma bola de trapo, cuidar de minhocas em uma
caixa de sapato, secar uma flor entre as páginas de um livro, cuidar de um
passarinho que caiu do ninho, fazer um pedido ao colher uma margarida. Todos
esses pequenos detalhes, o ordinário-extraordinário, nunca poderão estar entre
os algoritmos. Porque o garfo, as piadas, a janela, a bola, a caixa de sapato,
o livro, o pássaro, a flor... são sustentados pela ternura que fica guardada
nas lembranças do coração.
Esse núcleo
de cada ser humano, seu centro mais íntimo, não é o núcleo da alma, mas da
pessoa inteira em sua identidade única que é comovente. e corpóreo. Tudo está
unificado no coração, que pode ser a sede do amor com todos os seus componentes
espirituais, emocionais e também físicos. Em suma, se ali reina o amor, a
pessoa alcança a sua identidade de forma plena e luminosa, porque cada ser humano
foi criado sobretudo para o amor, é feito nas suas fibras mais íntimas para
amar e ser amado.
Quando cada
um reflete, busca, medita sobre o seu próprio ser e identidade, ou analisa as
questões mais elevadas; quando você pensa sobre o sentido de sua vida e mesmo
que ele busque Deus, mesmo quando experimenta o prazer de ter vislumbrado algo
da verdade, esta precisa encontrar o seu ápice no amor. Ao amar, a pessoa sente
que sabe por que e para que vive. Assim, tudo se junta num estado de conexão e
harmonia. Portanto, diante do próprio mistério pessoal, talvez a pergunta mais
decisiva que cada um possa fazer é: tenho coração?
Momento de silencio
Canto de meditação
Breve cochicho em grupinhos
Partilha
Canto
Apresentação do próximo ECC na nossa paróquia
Avisos
Pai nosso
Benção final
Canto final